segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

criação estética


A criação estética não dispõe de uma língua... Cria sua comunicação

Com a Arte: adquirimos experiência estética, aguçamos nossa percepção...

A prática artística e a consciência estética se alteram de acordo com os momentos históricos.

A criação partindo do “sempre novo” (Foucault): criação como processo permanente de invenção.

Os nossos processos cognitivos estão a todo momento inventando o mundo, e não representando.

A percepção não é um ato passivo.

A criação não é o resultado de um projeto como dizem os positivistas. A criação nos seres humanos é um processo de criação de mundos possíveis.

Sempre novo (Foucault): As coisas novas são modo de representação do que já existe. Não existe o novo, mas é sempre novo.

As coisas não partem do ponto “0”. O novo é uma constante re-invenção possível.

Cada um de nós é uma coleção de informações que está o tempo inteiro inventando. A criação é uma condição permanente do vivo, que aparece, por exemplo, na criação de objetos.

Mas aí não é mais criação. Só passa a ser quando o outro “olha” esse objeto e re-cria. A criação não é o resultado de um projeto mumificado.

A criação positivista já não é mais criação. É um mausoléu, congelado. O projeto é criação, o processo é criação. A “Criação pronta” é a menos criação.

Hábitos perceptivos: o corpo está o tempo todo fazendo projetos.

Hábitos perceptivos. Criamos cotidianamente com nossos hábitos perceptivos. Fazemos todos os dias nossos projetos, que formalizam nossas percepções.

O corpo faz isso cognitivamente. É no cotidiano, é no corpo. Não só a arte é criação. É preciso expandir essa ideia.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Abelardo da Hora no CCBB-RJ


Veja o adolescente pernambucano de 86 anos em seu trabalho, preparando as obras para sua exposição “Amor e Solidariedade” que chega ao CCBB do Rio de Janeiro com mais de 15 toneladas de arte, distribuídas em mais de cem esculturas do recifense Abelardo da Hora. A mostra é gratuita e fica em cartaz de terça a domingo, das 10h às 21h


Abelardo da Hora no CCBB-RJ. 60 anos de Arte. A Exposição: "Amor e Solidariedade" teve início em 22 de Setembro e vai até 29 de Novembro de 2009. Abelardo de todas as horas e de todas as gentes retrata a polivalência da cultura brasileira em esculturas, desenhos, pinturas, gravuras, cerâmicas e poesia... Quem tiver oportunidade deve conferir certamente vai se encantar. Gilberto Freire é um, dentre tantos outros, de seus admiradores e também colecionadores; assim como Ariano Suassuna, Paulo Freire, Manuel Bandeira, dentre outros.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Virada Russa: A Vanguarda na Coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo e a experiência estética de Mikel Dufrenne





O Centro Cultural de Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro traz ao Brasil a exposição Virada Russa: A Vanguarda na Coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo. São 123 peças que marcaram o movimento artístico e cultural ocorrido durante a primeira fase da Revolução Russa, entre as décadas 1890 e 1930. A mostra reune obras de artistas da chamada vanguarda russa, vindas diretamente do acervo do State Russian Museum – o museu que reúne a maior coleção de arte russa no mundo. As obras expressam a efervescência artística e cultural dos anos anteriores ao Outubro Vermelho, que seguiram várias vertentes como o Não-Objetivismo e, principalmente, o Suprematismo e o Construtivismo. Entre as raridades que serão apresentadas nos salões do CCBB estão clássicos como Promenade, de Chagall, que representa um momento mais lírico dentro do surrealismo, e os três quadros de Malevitch, que marcam o começo do verdadeiro rigor geométrico na pintura – a cruz, o quadrado e o círculo negro sobre um fundo branco. As obras de Kandinsky – como Igreja Vermelha, Cruz Azul e São George II, presentes na mostra – marcam o ponto de partida para a pintura abstrata. Tatlin precursor da vertente construtivista está presente na mostra com a obra Contra-relevo de Esquina – complexo, em aço, alumínio, zinco e madeira que traduz o novo mundo industrial ao adotar formas, materiais e técnicas da moderna tecnologia, encarnando a ideia do artista-engenheiro. A mostra traz, ainda, peças de roupa desenhadas por Bárbara Stepanova, dentro da noção construtivista do artista ligado à fábrica.

Este passeio por entre obras relacionadas à história da arte deve ser saboreado na sua diversidade estética e percebida dentro do campo afetivo e imaginário de cada pessoa. O fato destas obras terem importância histórica não deveria obrigar o observador a gostar ou a ter uma opinião já formada sobre ela. Segundo o filósofo francês Mikel Dufrenne, existe uma experiência estética que seria uma forma de reconciliar o homem consigo mesmo. Nesta experiência haveria uma aproximação de uma atitude sentimental com uma atitude racional. Portanto, as diversas exposições que freaquentamos podem nos ajudar neste exercício, em que estar diante de uma obra pode ser uma experiência estética - a imaginação, o afeto e o conhecimento podem estar juntos - de modo a "usar" a arte para habitarmos melhor o nosso mundo interno e imaginativo e externo.


quarta-feira, 24 de junho de 2009

sábado, 20 de junho de 2009

Simon Schama: "Revolução não me interessa"




Simon Schama (HarperCollins), autor do livro "The Power of Art", em entrevista comenta sobre o conteúdo deste livro que foi feito a partir do documentário de mesmo nome para a BBC. Esta obra se baseia em oito artistas eleitos por sua intensidade e por mostrar que arte não é só para repouso e decoração. Os grandes inquietos artistas ganharam espaço no livro: Caravaggio, Bernini, Rembrandt, David, Turner, Van Gogh, Picasso e Rothko.

Todos os artistas do livro estavam dispostos em transformar nosso olhar, revirar o modo como vemos e sentimos a realidade. Para Simon Schama mudar o olhar não é nada revolucionário, pois não significa algo radicalmente diferente do que havia anteriormente. Os grandes artistas projetavam fazer uma "revolução" nas artes, ou melhor, uma reivenção utópica de tudo. Sem partir do zero, sem ser algo radicalmente novo, pois a grande arte não impõe.
http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2007/04/27/295549823.asp


quinta-feira, 18 de junho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

Neoconcretismo - arte construtiva


O estilo Neoconcretista (1959), surgido no Rio de Janeiro, une lirismo e forma. Pregava a subjetividade e humanismo na arte. Os Neoconcretista fizeram oposição aos Concretistas paulistas, extremamente racionais, objetivos e visuais. Pensamento e subjetividade se juntam no estilo neoconcreto, pois o modo com que pensavam o mundo o sensível compartilhava com o lado reflexivo da arte. Os neoconcretos parecem ter bebido na fonte do filósofo Espinosa. Este filósofo afirma que tudo que é físico tem um correlato mental, ele descreve uma relação entre o corpo e a alma, como uma relação de identidade. Para Espinosa o corpo seria o modo finito de uma substância infinita; portanto para ele todo objeto no mundo tem seu correlato mental.


“Os neoconcretistas procuravam novos caminhos dizendo que a arte não é um mero objeto: tem sensibilidade, expressividade, subjetividade, indo muito além do mero geometrismo puro. Eram contra as atitudes cientificistas e positivistas na arte. A recuperação das possibilidades criadoras do artista (não mais considerado um inventor de protótipos industriais) e a incorporação efetiva do observador (que ao tocar e manipular as obras torna-se parte delas) apresentam-se como tentativas de eliminar a tendência técnico-científica presente no concretismo.” Wikipédia


O Neoconcretismo não se limitava apenas às artes visuais, e sim experiências literárias, livros-poemas performances , Balé Neoconcreto de Lígia Pape e Reinaldo Jardim e até mesmo a maquete de um Teatro Integral. O neoconcretismo foi uma arte eminentemente sensorial e reflexiva, que, segundo Ferreira Gullar, durou pouco pois provocou uma saída da arte para fora da arte. Para Gullar, Hélio Oiticica, Lygia Clarke e Ligia Pape são posteriores ao Neoconcretismo, pois suas obras mudaram depois de 1963.